Descartável.
Até que ponto és descartável, pergunto. Estou ciente do carácter desumano desta pergunta, destas palavras, mas não é esta frase tão verdade quanto horrível? Acredito que sim. Acredito que infelizmente todos acabamos por ser descartáveis. Tanto o é, que já todos o fomos, já nos descartaram, seja no trabalho, seja numa amizade, seja no amor. E já descartámos também. Fizemo-lo porque havia melhor, porque não nos dava jeito, porque não precisámos mais, porque deixámos de querer. Descartar alguém pode ser e o melhor é que o seja feito, sinalagmaticamente, um acordo de descarte entre ambos. Um desprezo bilateral. Mas muitas vezes não é. A maior parte das vezes é feito de forma lenta e bastante apercebida por quem está a ser descartado. Vai-se esperando que não seja esse o cenário, espera-se que seja por falta de tempo, por desorganização, mas não por não nos quererem mais. Somos humanos, somos alguém que nasceu e está cá há certo tempo e que espera ter um lugar especial em qualque...