Take.Me.Anywhere

Não sou eu. Não quero ser eu. Já fui liberta desta tempestade evolutiva, de um monstro gigante que se guarda em mim e transforma as minhas alegrias em dúvidas.  Não fui assim até agora. Fui outra pessoa. Alguém que desconhecia o que é sentir este medo de perder. Este medo de ser enganada. Mas não sou assim em vão. Mudaram-me. Fizeram mudança nos meus pensamentos, revoltaram a minha paz interior. Perturbaram a minha certeza. Transformaram-me em sombra, deixei de ser eu a forma em luz. Busco lugares de certeza onde em mim essa desapareceu. Vagueio nos escombros das memórias que fracionam o que era uma mente livre.  Não sou mais do que o que nunca quis ser.  E agora que o sou, nunca o tendo desejado, sou-o na dimensão maior, porque aceitei. 

O espaço onde existes, o espaço onde mereço estar contigo, o meu espaço, o teu espaço, quero que seja o mesmo, necessito que seja o mesmo. De te ter neste exacto espaço que é meu. Porque nem tem a ver com o tempo, com o passar das horas, o passar dos dias. Mas, o tempo é espaço em velocidade. Por isso quero-te a toda a rapidez. Quero-te ver, saber que o espaço que ocupas invade o meu e o assoberba com a tua existência. Ver-te ser um todo no espaço que partilhamos, saber que és tu no mesmo mundo em que existo, saber que não existirás noutro espaço que não este que presenteio. Que não mais existirás noutro presente futuro. És deste mundo paralelo e não de outro. E por isso preciso que sejas desta minha existência, que a partilhes comigo.