2.de.Outubro

dia 2 de outubro,

falámos mas falámos para nos vermos. Escrevo agora passado cinco dias, e escrevo com fome, com uma fome mentirosa, que vai e vem, que tanto me assola como me transtorna como deixa de existir. Porque é fome o que sinto por ti. Fome na mesma intensidade, no mesmo grau de desejo e consolo.

Passados estes dias considero que me desprezas mas nada condiz com aquele dia 2 de outubro.

Escrevo com o mesmo olhar inquietante com que te quero encontrar. Parece que me encontro em todo o lado menos aqui.

Aquela tarde foi nossa, foi "uma miragem da nossa relação" como tu lhe chamaste.
Mas onde tu viste um tempo passageiro eu vi eternidade. Reacendeste em mim o que estava quase a morrer. E não não falo do amor que sinto por ti, esse é capaz de acender todas as velas deste mundo de rompão. Falo do meu espírito, do meu ser. Puseste cor nele, naquela tarde pintaste-o de todas as cores quentes. Vivi um sonho, onde nos agarrámos, beijámos, demos as mãos. E sei que, sei que aconteceu, eu juro que aconteceu, eu estava lá quando dissemos que nos amávamos. Quando disseste que não havia pessoa outra com quem te imaginavas estar sem ser eu. Oh compreensão! O que me senti encontrada naquele momento. Que sintonia de estar quando disseste essas palavras. Se há pessoa com quem me imagino. Seja a amar, seja a sofrer. "Tu és eu e eu sou tu" dissemos repetidamente, qual canção de embalar. Talvez foi esse embalo que me deixou adormecer tão profundamente na ideia de que estaríamos a ficar juntos ali mesmo. Ali naquele tronco de árvore, com vista imensa para o rio.


La La Land.


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