Adivinhei.

Adivinha.

Estás na merda outra vez. 

Telemóvel virado ao contrário.

Não às notificações.

Não a querer fazer parte.

Egoísta, mas quero dar parte de mim a quem?

Quem quer parte disto?

Olho o vazio de frente, prefiro ver que não há nada.

Nada é melhor do que rostos, à espera.

À espera de mim, cortada ao meio, e meio cortado aos meios.

Existência a doer, está tudo morto,

letras se formam, frases de dor, leitura entorpecida.

Sou eu? Eu sou isto? Finjo a minha morte, mas só na minha cabeça.

Para os outros existo, para mim existo com dor.

Existir com dor, que tormento, que sina. 

Que merda.


Sou a melhor a esconder, escondo desde pequena.

Sorrio, participo, transformo-me mas sozinha.

Sozinha sou pó. Varram-me me daqui.

Levem-me suavemente, façam-me transportar por ventos.

Sentir a leveza de mim mesma.

Ver céus de esperança, flutuar de mim mesma.

Acabar com um sorriso eterno.






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