Rascunho.

Rascunhos de palavras.

Deito rascunhos de tudo o que sinto por ti. Não mais te mando o que sinto. Mascaro-o aliás. Sei que és quem eu amo mais neste mundo. Continuas a ser passado estes meses desde que terminámos.
Terminámos mas nunca para mim. É como uma viagem de que nunca mais retornas. Um sítio que não te deixa voltares. No meu imaginário estamos juntos, continuamos abraçados e a olhar um para o outro. Um pelo outro sei que olhamos. Sei que estás em todo o lado. Eu tento estar o mais próxima de ti mesmo que não te veja. Tento imaginar o teu dia, como acordaste esta manhã, o que vestiste para ir trabalhar. Não me reconheço muito bem. Penso-me como projectos em que tenho de me focar, és o elefante na sala da minha cabeça, o meu urso polar de que não posso pensar. Invades os meus sonhos em forma de distância, de alguém que não consigo atingir. Não quero estar com pessoas mas ao mesmo tempo assim que elas vão sei que não posso ser deixada sozinha nas minhas memórias. É uma jornada solitária a que estou, apetece-me gritar tanto, pedir por ajuda a pessoas que não conheço, quero que me salvem, pois estou a afogar-me na tristeza de não ser tua. Não sou de ninguém mas gostava de mim sendo tua. Agora sou só alguém que foi tua. E isso é viver numa sombra, encostada a uma parede no escuro a contar as horas para que apareça a tua voz. Já não a oiço há semanas. Nem quero pensar nos que a ouvem todos os dias e não lhe dão o valor que eu dou. É por razões como essa que sei que a vida não foi feita para ser justa. Não irás ler isto. Não é para ti que escrevo mas para a pessoa que foste. Na minha razão não havia razões para me deixares.  É frustrante a ansiedade com que vivo, quase como se uma bomba-relógio. Sempre à espera para que algo mude. Que voltes.
Penso com cores frias, com memórias. Imagino com esperança. Vivo com ausência. O que pensas que sou, como vivo, sei que vês de forma parcial, nunca viste no meu lugar quem eu sou. O meu puzzle está longe de ser terminado por ti. Se percebesses que essência eu sou, que quantidade de significados tenho, quantos mundos vivo, e tudo isto agora, dantes, sempre. Não foi por me deixares que irei ser o que queres que seja. Eu sempre fui o que sou e sempre serei. Mas agora sou-o amachucada. Mesmo como uma folha de papel deitada fora, amarrotada depois de escrita. Podia ter continuado a brilhar como tu me fazias brilhar sem sequer te aperceberes disso. O brilho agora está contigo. Guarda-o bem.








Comentários

Mensagens populares deste blogue

Loucura.Insana.

Está A Faltar Amor Na Minha Vida

Parte à Parte