Ignorância.


É impressionante a rapidez com que nos habituamos a ser ignorados e pior, à ignorância de nós mesmos. Noutra perspectiva a demora com que percebemos que não somos mais do que espaço desprezado. Não somos ninguém. Somos ideias, ideias compradas e que deixamos que vendam, que nos vendemos por dia e noite, à espera que a ignorância passe, por que haja um dia em que alguém nos tire desta apatia social, que nos coloque o holofote por cima e diga “reparem”. Até lá percebemo-nos como ignorados e pior, deixamo-nos afundar na ignorância de nós mesmos. Por que pior será a ignorância dos outros ou a nossa? Olho e vejo olhares tão vagos, não livres, apenas vagos de ideias, porque quem as vende deixou de as vender há muito, porque essa pessoa caiu na ignorância dos outros ou pior, na ignorância dela mesma. Pessoas que carregam não mais do que os pertences que a vida as obrigam mas que não se obrigam a elas mesmas a quererem mais, porque talvez tenham querido mais em muito tempo e talvez tenham querido muito por pouco tempo e acabaram ignoradas. Pergunto-me, é assim tão importante não cairmos na ignorância dos outros? É a ignorância perante os outros a razão da morte da ignorância em que nos deixamos cair?

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