Vejo.
Eu vejo, vejo e vejo mas não me entranho. Longe vão os poemas, regalo em teu banho. Doces são as palavras que tu lês. Encantos seduziram o que agora não tu vês. Dia passa, noite arrasta, sabem lá o que passo. Talvez cruzamo-nos todos lado a lado, mas sem chegar a perceber. que o que um sofre o outro fica sem entender. Não conheço causa alguma tão padecida de sofrimento, como a mágoa da revolta envolta em novelo de sentimento, quebrado ele sem qualquer arrependimento, ah que sejas tu levado e não eu, louvado seja este ressentimento. Que a ti me seja dado, dado este que não me atinge, pois porque caminhos tu me levas se jamais quiseste o meu melindre. Parece-me a mim que foi tudo levas de vontade, que acabaram por ser mais do que conseguias na verdade. Mentira foi, mentira és, quem te conhece jura, o que nunca chegaram a ver mas por esperança e altura, daquilo que mais temem, que sejas a pessoa amarga e livra, que a mim mostraste qual falsidade vira.